terça-feira, 26 de outubro de 2010

JOGOS HUMANOS - Café Comportamental - Por: Julia Chaim




Jogos Humanos




Jogamos o tempo todo. Jogamos com nós mesmos e principalmente com os outros. Jogamos de acordo com nossas necessidades e limitações.

Limites que todos possuem, particulares e privados. Alguns ainda não conscientes, mas que todos tem limites é fato. E o jogo é a arma que temos para não ultrapassarmos estes próprios limites, e também para que estes não se tornem públicos, visíveis e passíveis de julgamento.

São jogos automáticos, com regras flexíveis, de acordo com o momento e os participantes. Sair da tal “zona de conforto” é realmente difícil. Temos que nos proteger. Nos esconder, nos disfarçar... Quem é estúpido o suficiente para expor todas as suas fraquezas, vontades, desejos? Quem quer dar esta colher de chá para todos os outros? Quem vai ser o primeiro a ser transparente sem medo dos julgamentos e correr o risco de ficar sozinho observando todos os outros ainda se escondendo?

E quem quer brincar de “eu já me despi de tudo isso, não me importo com os outros...”?

Há quem chegue muito próximo disso, mas as defesas são naturais e achar que não utilizá-las é sinal de liberdade é uma impressão equivocada. Precisamos delas. Os jogos são práticas espontâneas, são maneiras sutis de trabalharmos nossas limitações, medos, angústias... São até formas de respeito para com o próximo.

Qual o problema em ser humano? Qual o problema no ser humano?

Cada um com seu tempo. Não há problema algum nas nossas proteções. Problema está em não se jogar limpo, em reconhecer as limitações alheias e utilizar as informações para conseguir algum tipo de vantagem. Afinal de contas, jogar com a vida dos outros não vale e é regra universal: Não pode!

Liberdade é fazer um jogo bonito. É saber enxergar cada lance. É admirar manobras. É aprender. Ensinar. Liberdade é ser e deixar os outros também ser. Liberdade é quando se chega junto.




*Júlia Chaim é jogadora titular, comentarista, zagueira marcadora homem-á-homem e barista de quebra. Atende por 'Juju pé-de-anjo' ou 'sorriso' e ainda escreve para o I.N.T.E.R.V.3.N.Ç.Ã.O.  H.U.M.4.N.A. ás 3.as-feiras*












3 comentários:

  1. 1,2, 3 e já! Lets Playy!!!

    Adorei o texto Juliaaa.

    Noixxxxxxxx

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  2. São os diferentes papeis que desempenhamos, neh? O Michel marido eh diferente do Michel tio, que eh diferente do Michel amigo, que eh diferente do Michel profissional, que eh diferente do Michel estudante, que eh diferente do Michel professor...........

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  3. Pois é, a gente tem que ser tanta gente que se não nos protegermos,nos perdemos!
    Abraços

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Á vontade, como se estivesse em casa...