quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DIRE STRAITS - COLUNA AVALIASOUND - Por: Gus Galuppo





Viajando para Paraty. Eu, meu irmão, minha mãe, meu pai e meu primo. Foi quando meu velho colocou a fita K7 no rádio do carro. No começo me incomodei um pouco com o som (é preciso saber e aprender a escutar). Macaco velho é meu pai. Sabia que uma hora ou outra, querendo ou não, e não se importando muito com isso, eu iria aceitar. Por outro lado, tampinha que era eu, mal sabia que um som daqueles podia me fascinar de tal forma.


No rádio, Dire Straits – Sultans of Swing: http://www.youtube.com/watch?v=xo-J1wf2KHc Até hoje pareço um autista tocando guitarra imaginaria quando começa o “solinho”.

A música se desenvolvia com os kilometros da estrada e o calor da guitarra que mais parecia fazer parte de Mark Knopfler (vocalist e guitarrista). Era realmente sinistro como tudo parecia combinar. O clima, a estrada, minha família, o vento, a bagagem, meu all star preto, minha camiseta da hering, tudo, TUDO COMBINAVA E ESTAVA EM PERFEITA HARMONIA!

De origem britânica, Dire Straits foi fundada em 1977 trazendo um ritmo refinado ao rock. Pensem comigo, 1977. O Punk reinava. Todos respiravam Punk. No meio desse ninho pesado e bagunceiro surge uma das mais classudas bandas de rock. Leve. Suave. Harmônica. PEGADA. Integrantes: Mark Knopfler, David Knopfler (guitarra), Joh lllsley (baixo) e Pick Withers (batera). 4 integrantes. Uma banda teoricamente normal. Porém, eles construíam um som que mais parecia uma orquestra de cordas e bateria. O som era progressivo. Ele se desenvolvia e não decepcionava. Era só ter calma e apreciar que uma hora eles chegavam lá. No ápice do som. No auge da música. No extremo do rock clássico.




Breve histórico

Em 1978 o grupo lança o auto-intitulado álbum que em pouco tempo tornou-se febre no Reino Unido com hits como “Sultans of Swing”, “Wild West End” e “In The Gallery”. Sultans of Swing devia ser o nome da banda! Para as pessoas da época que viviam a revolta do punk foi um banho de água fria. Levadas e letras inspiradíssimas. No ano seguinte a banda lança o album Communiqué com os sucessos incontestáveis “Once Upon a Time in The West”, “Lady Writer” e, claro, “Communiqué”. 1980 foi o ano marcado pela saída de David Knopfler, irmão de Mark ainda em processo de gravação do disco Making Movies. Bom observar que nesta época a banda desenvolve arranjos mais complexos e produções que levariam até o fim da banda. “Romeo and Juliet” foi o sucesso do álbum.

Para os que não lembram ou que acham que nunca escutaram, aí vai: http://www.youtube.com/watch?v=fGRtHd7UdYA

1982 foi a vez de Alan Clark levar o teclado e Hal Lindes a guitarra que antes era sustentada por David para a banda. Foi também o ano de lançamento do disco Love Over Gold produzido por Mark Knopfler. Tem coisa melhor do que produzir o som da sua própria banda? O álbum carrega uma faixa (Telegraph Road) de seus curiosos 14 minutos, que mais parecem 3. O quinto álbum foi o grande e mais vendido do Reino Unido: Brothers in Arms (1985). Para a banda este CD foi como uma revolução, pois gravaram seu primeiro videoclip para a MTV com o hit “Money for Nothing”, além de ser o primeiro disco no então novo formato de CD. Uma avalanche de sucessos. Além de “Money for Nothing” tinha também “So Far Away”, “Brothers In Arms”, “Ride Across the River” e “One World”.

Once Upon a Time in The West: http://www.youtube.com/watch?v=hUOqTIaau3o

Communiqué: http://www.youtube.com/watch?v=1MFdvPpiTY0

Money for Nothing: http://www.youtube.com/watch?v=VsnA0ix9hZU

1991 a banda grava seu ultimo album: On Every Street. Este álbum teve espaço, claro, para outros sucessos como “The bug” e “How Long”. É curioso como este disco puxa bastante para um ritmo mais Country. Reparem na música How Long.

The Bug: http://www.youtube.com/watch?v=GG5ghP8XLW8

How Long: http://www.youtube.com/watch?v=AFUoEbymCWc&p=5BA8F229469D233D&playnext=1&index=51

Durante os anos de carreira dessa banda, muitas homenagens foram prestadas, fora os discos ao vivo que saíram e EP’s raríssimos. Durante esse tempo a banda também sofreu grandes alterações na formação sobrando apenas Mark Knopfler e Joh lllsley. A banda acompanhou ritmos de rock clássico da própria época embora estivesse um pouco ofuscado pela onda punk. Contudo, Mark Knopfler não descansou para ter seu nome na lista dos maiores guitarristas de todos os tempos. Uma curiosidade sobre ele: ele tocava a guitarra sem palheta. SEM PALHETA! Pensem nos solos dele. FODASTICO! A guitarra e ele eram um som. O som fluía!

Chegamos em Paraty. Infelizmente não estava com o Walkman para continuar ouvindo. Mas valeu o conhecimento. Sem essa viagem, sabe Deus quando eu iria conhecer Dire Straits. É, meu Velho escuta e sempre escutou som de qualidade!



*Gus Galuppo é publicitário, amante da música, projeto de grafiteiro, toca baixo,violão e campainha e ainda colabora ás terças-feiras (excepcionalmente hoje, quinta-feira) para o I.N.T.E.R.V.3.N.Ç.Ã.O  H.U.M.4.N.A.*






2 comentários:

  1. Excelente post Gus ...eu acho que todo mundo simptiza e curte Dire Straits.

    Mark Knopfler é o rei do dedilhar e expressa muito bem os sentimentos através dos acordes. Poucos possuem tal dom.

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  2. É tão bacana essas influências da infância, né? Mesmo as que não vêm para agregar, mas pra gente aprender a DISCORDAR.
    E assim como a maioria das memórias da época, estas (as boas e as nem tanto), quando grudam na música, nunca mais largam, né?
    Belo texto, Gus!
    Bj

    Lu Sanches

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