Lembro como se fosse ontem. 12 anos, com um “MIC” na mão, sem saber direito como o faria. Num movimento quase que involuntário comecei o que nos dias de hoje talvez não teria tentado. “Cantar” Rage Against The Machine. Que ideia ein!?!? No final de tudo a bandinha do quarto apertado, conseguiu o que pretendia. Raul na bateria, Miggy na guitarra, Heitor no baixo, eu no vocal (talvez tenha errado a ordem certa dos instrumentos. Dos instrumentos, não dos parceiros). Todos os quatro de alma lavada. TOCAMOS RAGE!!!! E o mais insano de tudo é que não estávamos preocupados com a qualidade do som. Apenas queríamos somar o GRITO!! Arrepia. Cada um com seu entendimento.
BERRO. PROTESTO. QUALIDADE. CLAREZA NA MENSAGEM. INTERPRETAÇÃO PERFEITA DA LETRA.
Impossível você escutar Rage e não se sentir furioso. Riffs inconfundíveis de Tom Morello, as levadas de Tim Commerford e as batidas simples e furiosas de Brad Wilk e letras de Zach de la Rocha contagiantes. Contagiantes pelo simples fato de demonstrarem luta pela causa política, contra a censura, a favor da liberdade e em prol da prole. É muito difícil você encontrar bandas por ai com um som tão bem interpretado. Se é raiva, angustia, frustração, tristeza, sentimento de caos e muitas outras coisas que levariam uma pessoa a perder a cabeça que a banda gostaria de passar, foi o que conseguiram.
Rage Against The Machine trouxe uma mistura completamente diferente no cenário musical. Hip Hop, Funk, Punk, Rock e Heavy-Metal. O porém, é que entre todas essas categorias musicais, eles tocavam a parte mais pesada de cada uma.
Por favor! Faço questão: http://www.youtube.com/watch?v=4smim2MNvF8
Delicado ein?!
Breve Histórico
Em 1992 o grupo gravou um CD “demo” (humilde os caras)com 12 faixas. O disco foi apenas uma estufadinha nos pulmões para o BERRO que viria nos próximos anos com 5.000 cópias vendidas. No mesmo ano foi lançado o primeiro álbum oficial, intitulado nada mais nada menos que “Rage Against The Machine”, com os sucessos Killing In The Name, Bombtrack, Bllet In The Head, Freedom e Wake Up. Logo apos turnês para shows, em 1996 a banda gravou seu segundo álbum oficial de estúdio “Evil Empire”. Uma grande curiosidade é de onde foi tirado este nome. O termo “Evil Empire” (Império do mal) foi usado pelo ex-presidente americano Ronald Reagan para descrever a antiga União Soviética. Nesse álbum o RAP de Zach de la Rocha foi muito preservado dando um tempo menor aos riffs de Tom Morello o que diferenciou muito dos outros CDs.
1999. A banda lança seu terceiro álbum: “The Battle of Los Angeles”. Agora sim, Morello esbanja na guitarra com os seus riffs longos e contagiantes. Este álbum traz os sucessos Testfy, Sleep Now in The Fire, Mic Check e Guerrilla Radio. O mais furioso dos álbuns, trouxe junto os clipes tão “raivosos” quanto.
Testemunhem: http://www.youtube.com/watch?v=YYfintlruZg
Em 2000 lançaram seu último CD “Renegades”. O último álbum da banda traz 14 faixas de pura influencia musical do grupo. Podemos encontrar artistas renomados como Bob Dylan, Cypress Hill e há quem diga que o Rage procurou afinidade com Public Enemy. Grandes bandas, grandes artistas que terão seu lugar aqui neste Blog.
O fim, tão falado, da banda, segundo Zach, foi a incompatibilidade do grupo para criação de musicas. Não se sentiam mais uma banda. Alguns conceitos e ideias não estavam mais em sintonia. OK. Terminaram.
2007 começa e quando ninguém espera a banda retorna. E o mais impressionante: com a formação original. Tom Morillo, Zach de la Rocha, Tim Commerford e Brad Wilk. Desde então a banda faz shows em festivais onde são HEAD LINE.
Hoje, a banda está a caminho do Brasil para seu primeiro e tão aguardado show na America Latina no festival SWU. Garanti meu ingresso para gritar junto com os caras.
Precisamos escutar mais a mensagem deles. Precisamos acordar. Precisamos protestar. Precisamos BERRAR!
*Gustavo Galuppo é publicitário, amante da música e colaborador ás terças-feiras do I.N.T.E.R.V.3.N.Ç.Ã.O H.U.M.4.N.A.*
Indispensável uma coluna como essa, mais indispensável ainda se torna quando o texto é tão bem encorpado e nem preciso o quanto indispensável se é a leitura de hoje quando o assunto é Rage Against!
ResponderExcluirGritaremos juntos no swu então. Parabéns pelo texto :)
Rage é Rage. Zack é o cara. Tom Morello e aquela telecaster dele verde quebram tudo. E o resto é só história pra boi dormir...e tenho dito.
ResponderExcluirMuito bom esse texto cara! Descreveu com precisão o sentimento de quem curte a banda.
ResponderExcluirNa verdade, acho que o Rage foi um dos primeiros a aliar política tão ferozmente à música. Claro, sem nos esquecer do niilismo punk e coisas do tipo.
ResponderExcluirEles respondem à altura, com violência e inconformismo, ao que acontece em todo lugar: uma profunda e disseminada injustiça social.
O bacana é que os caras se complementam de tal forma, musicalmente, que você pega um Morello e um Chris Cornell, forma o Audioslave, e a pegada não rola tão bem quanto o RATM e o Soundgarden isolados.
Química ímpar, insubstituível - e ótima.
Bela coluna, Gus, gosto quando leio textos diferentes, autorais. Faz uma baita diferença! Vou acompanhar.
Lu Sanches