quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Há limites para tudo - C.0.L.U.N.4. H.U.M.4.N.A.- Por: Michel Siekierski




Há limites para tudo!




Há algumas semanas escrevi sobre os inúmeros aspectos positivos acerca daqueles de nós que se permitem mudar, seja de opinião ou de atitude, e procurei mostrar o quanto este processo é importante, tanto para o nosso desenvolvimento pessoal, quanto para o daqueles que nos cercam. A mudança, nada mais é, do que um efeito colateral natural do processo de aprendizagem e evolução, sendo, não apenas positiva, mas também necessária.



Entretanto, houve algo que não mencionei sobre as mudanças naquele texto: seus limites. É importante ressaltar que nem todas as mudanças são benéficas e que, assim como absolutamente tudo em nossas vidas, a arte de mudar exige muito equilíbrio, ponderação e bom-senso.



O ritmo frenético com que o nosso mundo está se transformando, tem nos obrigado tanto a ser cada vez mais flexíveis e adaptáveis, que algumas pessoas simplesmente acionam o “piloto automático” e se tornam verdadeiros camaleões, tendo, como critério único, as exigências das situações. Mudam sem sequer notarem, até chegarem ao ponto em que ninguém, nem mesmo eles próprios, saberão definir suas verdadeiras qualidades e valores.



Em suma, até mesmo as mudanças têm limites. E quais seriam estes?



Certa vez, tive uma professora que me recomendou adotar uma prática, assim como fazem muitas empresas (porém, raríssimas pessoas), que é a definição expressa de sua missão (a razão de sua existência), sua visão (onde e como quer estar em dez anos) e seus valores (diretrizes e regras a serem seguidas e respeitadas durante sua existência).



Pensei muito sobre as razões para uma empresa investir tempo e recursos nisso e concluí que, certamente, um dos principais motivos que às levam a esclarecer estas premissas é justamente o estabelecimento de limites às mudanças. É impedir que a empresa mude e se adapte a ponto de perder sua identidade, sua razão de ser.



Portanto, essa é a resposta da pergunta acima: os limites para as mudanças são nossos valores, nossos princípios. Podemos mudar sempre, desde que os mesmos sejam respeitados.



Mas e quanto aos princípios e valores? Estes não devem mudar nunca? É evidente que sim! Porém não da mesma forma e nem na mesma velocidade.



Pegue o exemplo do nosso ordenamento jurídico: nele, há uma Constituição Federal que, entre outras coisas, determina quais são os princípios e valores do nosso país e, hierarquicamente abaixo dela, encontram-se todas as demais leis e normas que, como requisito mínimo, devem respeitá-la.



As leis, por necessitarem regrar todas as relações de uma sociedade em constante mudança, podem ser criadas, alteradas, extintas e, até mesmo, consideradas obsoletas por alguns juizes, com certa facilidade. Mas a Constituição, não! Por tratar de valores e princípios, o procedimento para sua alteração é muito mais complexo e deve preencher uma serie de exigentes requisitos. Além disso, ela possui um instancia (Supremo Tribunal Federal) encarregada única e exclusivamente de preservá-la, restringindo imensamente as margens de interpretação. Valores e princípios devem ser preservados.



Logo, existe a possibilidade de mudança, porém entende-se que a mesma deve ser muito bem pensada e analisada, afinal, uma alteração de valores feita de uma hora para outra, seja ela de um país, de uma empresa ou de um ser humano, além de ser extremamente superficial, não gera credibilidade frente aqueles que nos cercam.



“Para os problemas de estilo, nada com a corrente; para os problemas de princípios, sê firme como um rochedo” - Thomas Jefferson



Valeu, galera! Até a próxima quinta!



*Michel Siekierski é uma pessoa com princípios e valores arraigados, amante dos pequenos prazeres da vida, que não tem medo de expor suas opiniões e nem de mudá-las, viciado em pensar, questionar e refletir, apaixonado pelo ser humano e colaborador do I.N.T.E.R.V.E.N.Ç.Ã.O H.U.M.A.N.A às quintas-feiras.*


4 comentários:

  1. Princípios humanos universais. Mudança é amadurecimento. Princípios = sabedoria e bondade. Perfeito, Michel. É preciso uma evolução moral da humanidade e esta, sim, seria uma boa e necessária mudança. Você já faz sua parte, muito bem, nos lembrando valores esquecidos. Ler você dá esperança. Obrigada pelos textos. =)

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  2. o problema é quando grupos legislam,em causa própia,não levando em conta o bem estar comum.Isto vale para mudanças no ambito Federátivo ou corporativo.Para mudanças pessoais ou comunitárias,o que vale é o livre arbitrio e respeito às diferenças,tendo em vista o bem estar individuo-coletivo.
    ¨Se voce quer começar uma revolução,mude voce primeiro* Lenon.
    Belo Texto Michell.
    Obrigado.

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  3. Nancy e turo: valeu pelos elogios!
    Marcao: concordo com vc... soh usei o exemplo do nosso sistema ligislativo como exemplo... mas o nosso poder legislativo (e nao o sistema) eh realmente patetico!

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Á vontade, como se estivesse em casa...